Hoje vou-vos falar de um filme que me é muito especial. Um filme que relata uma história verídica, de um estudante universitário de medicina, Patch Adams, que usa na sua profissão o humor e o contacto humano como os melhores remédios. É um filme que não só conta a biografia de um homem muito especial como também é interpretado pelo fantástico Robin Williams.
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Baseada na história deste filme, na biografia de Patch Adams, artigos científicos a minha visão de terapia é fortemente influenciada por Carl Rogers, um humanista, na qual a abordagem se centra essencialmente no “aqui e agora” indicando como uma das necessidades básicas o relacionamento interpessoal e profundo.
A minha monografia de final de curso tem como objectivo criar um plano de intervenção, na área da pediatria, que tenha como finalidade promover o relacionamento profundo entre os intervenientes, familiares e comunidade hospitalar, o bom humor como arma terapêutica, a criação de actividades que permitam uma maior eficácia no que diz respeito à qualidade de vida dos pacientes, a integração de animais como elemento de catarse a vários níveis e um local em que uma palavra, um gesto ou uma imagem sejam mais poderosos do que uma convencional prática clínica. (excerto da minha monografia: Humanização na Intervenção Hospitalar: o Humor e os Animais como Agentes Terapêuticos)
Nem imaginam o poder dos três ingredientes que eu acho que são essenciais quando falamos em humanização, de uma forma sintetizada deixo-vos com isto:
Gesto - “´Compaixão`, como um doente disse numa carta que escreveu ao médico que o tinha operado, ´não é apenas segurar a mão. É boa medicina`” (Goleman, 1997, p. 207)
Riso - Pesquisas efectuadas por Adams (1998 a) demonstram que o riso aumenta a segregação de químicos naturais, catecolaminas e endorfinas, que fazem com que as pessoas se sintam muito confortáveis e bem dispostas. Ainda, o riso tem soberbas qualidades no relaxamento muscular. Fisiologistas musculares demonstraram que a ansiedade e o relaxamento muscular não podem ocorrer ao mesmo tempo e que o relaxamento após uma saudável gargalhada pode durar até quarenta e cinco minutos. As emoções positivas geradas pelo humor podem ter um efeito analgésico ou um efeito no aumento da imunidade (Bruehl, Carlson & McCubbin, cit. Martin, 2001).
Animais - Corson e Corson (cit. Fine, 2000) descrevem a terapia assistida com animais como um lubrificante social, sugerindo a presença do animal como um factor facilitador e necessário na terapia e que, consequentemente, leva o paciente a sentir-se mais confortável, melhorando assim a relação terapêutica.
Desculpem se vos cansei, mas hoje em dia e cada vez mais as pessoas têm que estar abertas a outro tipo de relacionamento interpessoal principalmente a nível de intervenção hospitalar mas não, continuam com a mesma prática clínica. Quando apresentei a minha monografia em 2003 esta foi rotulada de "isto foi uma teimosia tua", dito pelo meu orientador que supostamente me deveria ter ajudado mas, consegui...sozinha...mas consegui e devemos ser teimosos quando acreditamos em algo. Depois desta revolta "dos pastéis de nata" espero que vejam o filme e se puderem espreitem um pouco do trabalho de Patch Adams.